Ela late quando ganha um ponto importante, ela namora um rapaz de 16 anos (dizem por aí), ela não dá três saltos mortais e sai correndo abraçar os parentes quando ganha seu primeiro Slam. Petra Kvitova é uma moça estranha. E uma excelente tenista, sem dúvida.
Sei que dá muita vontade de apontá-la como uma representante do “futuro-do-tênis-feminino”. Acho que será, mas não a única. Ainda não há uma tenista entre as mais jovens que podemos enxergar uma força de campeã como a de Serena, Venus, Justine, Kim e Sharapova, uma líder em potencial.
Kvitova está nos holofotes desde o ano passado e vem fazendo uma excelente temporada, é verdade, mas o tanto de expectativa a que ela correspondeu em Wimbledon foi a mesma que ela não correspondeu em Roland Garros. Talvez porque seu jogo seja mais adequado à grama?
Acho que não. Petra tem um ótimo saque, sem dúvida, mas não é suficiente para desestabilizar uma adversária, como os das irmãs Williams e da Lisicki, por exemplo. O forte dela são as bolas retas da linha de base e nisso ela lembra muito a própria Sharapova. O que quero dizer é que não vejo o jogo da Kvitova como uma novidade, mas como uma tendência que começou com a Sharapova e tem como expoente a Azarenka, derrotada pela tcheca na semifinal.
O que difere a Petra, na minha visão, é a sua postura um pouco “alheia” a tudo que está ao seu redor. Ela tem inconstâncias dentro de um jogo, mas não perde a cabeça como a Azarenka. Foi isso que fez com que ela sacasse para o campeonato numa final de Wimbledon contra uma ex-campeã e confirmasse sem problemas.
Por sua vez, Maria não tem por que ficar triste. Foi um longo caminho desde a lesão no ombro, os resultados ruins, a desconfiança, a melhora nesta temporada, a semi de Roland Garros, até a final em Wimbledon. Tudo que posso pensar é o quanto esse US Open será interessante, com irmãs Williams com ritmo de jogo, Sharapova confiante, Clijsters recuperada (espero) e as novatas querendo desbancá-las a todo custo. Game on.
Uma frase para cada integrante do Big Four
Nadal: perdendo a final ou não, foi o melhor jogador do campeonato.
Djokovic: tudo o que ele fez não poderia passar em branco. Ele chegou ao número 1. O problema agora é manter. Será MUITO difícil.
Federer: após a vitória sobre Djoko em Roland Garros, ele disse que, quando abriu 2×0, sabia que tinha vencido porque não se vira um jogo contra ele. O destino é uma bosta.
Murray: trabalhar, treinar, melhorar, acreditar e a hora chega. Djoko está aí para provar.