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Deu #alocka em Miami

Parece nome de filme tosco que passa na “Temperatura Máxima”, mas é o que aconteceu nas primeiras rodadas do Masters 1000 de Miami. Tirando o “Trio Fantástico” (Murray está oficialmente rebaixado) e a Cljsters, os grandes favoritos deram vexame ou escaparam por pouco. Veja a lista dos que tiveram a cabeça de chave cortada (pegou?):

Roddick, eliminado por Cuevas
Cilic, eliminado por Tipsarevic
Melzer, eliminado por Petzschner
Baghdatis, eliminado por Rochus
Montanes, eliminado por Mayer
Gulbis, eliminado por Berlocq
Raonic, eliminado por Devvarman
Wawrinka, eliminado por Granollers
Bellucci, eliminado por Blake
Verdasco, eliminado por Andujar
Garcia-Lopez, eliminado por Anderson
e……………… Murray eliminado por Bogomolov.

A primeira razão que todos estão apontando é que a quadra de Miami talvez esteja muito lenta. Acho que isso é verdade, mas não é o suficiente para determinar um número tão grande de upsets. Nós não vemos tantas zebras primeiras rodadas de Roland Garros, por exemplo. Acho que a questão da quadra faz mais diferença nas fases mais avançadas do torneio, não no início. A diferença técnica entre os jogadores que perderam em relação aos que venceram é absurda. É obrigação dos tops saber superar partidas em que as condições são favoráveis aos adversários. Afinal, é por isso que eles chegaram lá em cima, não?

Na minha visão, é mais uma questão de (péssima) fase. Aos fatos: Andy Roddick está mal na temporada. Chegar à final em Brisbane era obrigação e Memphis será lembrado como o torneio em que descobrimos que ele está careca. O jogo do norte-americano está cada vez mais frágil, algo que ficou evidente na Copa Davis. Apesar de ter sido o responsável pela classificação dos EUA, Roddick passou inúmeras dificuldades no saibro chileno e seu número de aces por partida não é mais impressionante quanto antes.

Ernests Gulbis é um caso perdido. Tão perdido, que me recuso a gastar muitas palavras com ele. Não há problema em ser um playboy mimado desde que você consiga jogar tênis ao mesmo tempo. Aparentemente, não é o caso do letão. Melzer, Baghdatis, Cilic e Verdasco também não fazem valer a posição que ocupam no ranking há alguns meses. É questão de tempo para que Del Potro, Raonic e Dolgopolov cheguem ao top 20, até mesmo ao top 10.


Bellucci foi Bellucci. Mostrou claramente que tinha capacidade de vencer a partida, complicou algo que parecia ser fácil, fez uma dupla-falta, levou a decisão para o tiebreak. E não adianta, o paulista entra em parafuso em todos os momentos que demandam poder de decisão rápido. É parte dele e já passou da hora de se conformar com isso. O maior feito de Bellucci no ano foi vencer Verdasco. O problema é que logo mais o espanhol não estará mais no top 10 e, provavelmente, o brasileiro não permancerá no top 30 a maior parte de 2011.

As duas derrotas mais chocantes foram de Wawrinka e Raonic, porque eles estavam jogando bem até então. No entanto, a posição em que o canadense está agora, de favorito, muda muita coisa na sua postura em quadra e no jeito que os adversários se preparam para enfrentá-lo. No caso do suíço, foi uma grande oportunidade desperdiçada de conquistar algumas posições no ranking.

E chegamos a Andy Murray. Entender o que está acontecendo com o britânico é mais um exercício de especulação do que de análise. Porque é simplesmente impossível conceber algo razoável para justificar derrotas diante de Donald Young e Alex Bogomolov. Agora que Djokovic está em alta, ele admitiu que viveu problemas pessoais durante a fase ruim. É possível que, daqui a alguns meses ou anos, Murray venha a público esclarecer a aberração de jogador que estamos vendo após a Austrália.

Agora resta esperar e ver quem fatura essa. Praticamente impossível sair das mãos do nosso Trio. Aguardamos com ansiedade o duelo entre Federer e Nadal na semifinal. No feminino, acho que merecemos uma final entre Carol e Kim, não? Estarei na torcida.

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Arquivado em Masters 1000, Torneios WTA

He's a gypsy…

Today, on Entertennis Weekly… Masters de Roma, os mistérios de Rafa e tênis na telinha.

Antes de tudo: estou um pouco arrependida do nome que escolhi para este blog. Tenho que ficar soletrando…

Outra: não entendeu o título do post? Entenda.

Roma feelings

Eu coloquei um mapa da Letônia aqui para que você localizasse precisamente onde nasceu, há 21 anos, o ser humano que eliminou Federer na estreia de um Masters e quase levou Nadal junto. O nome dele é Gulbis, Ernests (com S no fim mesmo) Gulbis, uma das maiores promessas do tênis mundial. Talentoso, destemido e amadurecendo cada vez mais.

Quem acompanha o circuito com mais atenção conhece o rapaz há mais ou menos um ano e pouco. Sempre fazendo jogos duros contra os grandes, mas pecando um pouco no aspecto cerebral/ emocional do jogo. No tênis, isso faz muita diferença. Não assisti ao 2/6, 6/1, 7/5 contra Federer, mas uma das maiores Federetes que conheço afirmou que o rei estava sem nenhuma vontade. Parecia não estar nem aí. Era a oportunidade perfeita para que um jovem cheio de vontade e talento o derrotasse. Bedi Bedi Roger… (by Joel Santana).

Nadal levou a taça em Roma merecidamente pela semi contra o letão. Quando começava a relaxar no segundo set, Rafa foi surpreendido por uma série de golpes excelentes em todos os cantos da quadra. Sabemos que o espanhol aprecia uma corridinha, mas Gulbis foi tão competente, que dificultou a vida do número 3 até nisso. Há algum tempo não víamos lindas curtinhas deixando o touro babando na rede. Convenhamos: é preciso coragem para fazê-lo. Veri Gudi, Ernests!

E o merecimento de Nadal esteve em não perder a concentração diante dessas dificuldades. É impressionante como Rafael não se abala. Tanto que dá aqueles socos e pulos de comemoração que, para muitos, são exagerados. A final contra o compatriota Ferrer foi previsível e chata, por causa das duas interrupções.

Os tiques

Ao sentar em seu banco, ele treme estranhamente as pernas. Checa seus pertences repetidamente, coloca as duas garrafas milimetricamente alinhadas, pula enquanto o sorteio é feito e dá um pique de Usain Bolt até o fundo da quadra.

Antes de cada saque, dá uma ajeitada no tronco, coloca os fios de cabelo atrás da orelha e… chega o momento: ele ARRUMA A CUECA. Por quê?! Por queeeeeeeee ele faz isso?

Todos têm os seus tiques, mas Nadal elevou a mania às últimas consequências. Além dos adversários imitando, o público dá uma risadinha discreta toda vez que ele executa o movimento. E o espanhol simplesmente não fala sobre isso. Eis um mistério do tênis. Assim como as cordas vocais de Sharapova.

WINNER DA SEMANA: seria tosco da minha parte não dizer Gulbis depois de toda a babação que fiz lá no começo.

DUPLA FALTA DA SEMANA: curiosamente, vai para uma dupla de pipoqueiros: Verdasco e Djokovic. Dois jogadores que poderiam marcar história no tênis, mas preferem entregar jogos de graça, dando chiliques e surtos. #FAIL

Tennis on telly

Nessa semana, eu estive numa palestra sobre esporte na era digital, na qual estavam presentes João Pedro Paes Leme e Tiago Leifert, jornalistas da TV Globo. A maior discussão da tarde foi o espaço que a TV dá aos esportes olímpicos. Diante de amantes de polo aquático, natação e até arco e flecha (ou tiro com arco?), a defesa dos globais era de que o tempo da telinha é limitado e não podemos ignorar a extrema predominância do futebol no país.

Eu concordo em parte com eles, mas não discutirei isso aqui. É que a conversa me fez lembrar como acompanhei tênis todo esse tempo (13 anos), apenas pela TV. Primeiramente, com a Manchete, claro, depois com a ESPN e, finalmente, no Sportv2. Houve algumas tentativas de transmissão nas redes abertas quando a Rede TV! começou a ocupar o canal 9 em São Paulo, mas só perduraram enquanto Guga estava no auge.

Os canais da TV a cabo costumavam acompanhar os bastidores de Guga e mostrá-los em especiais, como o “Nas Pegadas do Campeão”, da ESPN. Hoje, o Sportv tem mais torneios, apesar de transmitir dois Grand Slams, contra 3 da ESPN. Já a WTA tem no Bandsports a sua casa. Enquanto Oswaldo Maraucci comenta os jogos de GS no Bate-Bola, os outros integrantes da mesa viajam na maionese. E quando o assunto surge no “É Rapidinho”, também da ESPN, os comentaristas se olham, sem muito o que dizer.

É impressão minha ou eu e mais 10 pessoas no Brasil vemos jogos de tênis? Algo a se pensar…

Ah, penso depois! Por que agora é hora de…

FORMAS DE DETECTAR NADALETES E FEDERETES:

Nadalete: “O Gulbis dificultou, mas o Rafa mostrou que leva o jogo mais a sério”.

Federete: “Daqui a três semanas a gente conversa”.

Não falei de Bellucci nem de WTA hoje… semana que vem, ok?

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